quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Palestina é aqui!

Foi postado no PdG o vídeo de uma matéria do New York Times sobre jovens palestinos que treinam parkour. E o que poderia ser caracterizado como um grupo de modas, se revela como a busca real por liberdade e esperança. Clique para ver a postagem no Pdg!

Inspirado na postagem, escrevi o texto intitulado “A Palestina é aqui!”. Expanda o tópico e reflita mais sobre o assunto.



A Palestina é aqui!
Quem são Mohammed Al Jakhbeer e Abed Allah Enshasy? Para responder essa pergunta não devemos apenas observar o estereotipo de sua movimentação, e sim buscar entender qual é a realidade que vivenciam. Vivemos em um país livre e democrático.Tão democrático que mensaleiros podem retornar aos cargos públicos. Tão livre que nossas crianças podem até mesmo sentar diante da TV e ser bombardeada com uma programação repleta de sexo e mulheres nuas no carnaval... coisas impróprias.
É muito fácil ver a atitude de certas pessoas e simplesmente acusá-las, sem saber em que contexto esses indivíduos foram formados. Recordo-me muito bem de quando me deparei acidentalmente com praticantes de uma comunidade pobre durante o ParTour 2010. Nossos pensamentos não eram congruentes. Era como se eles nos achassem estranhos. Levantavam vários questionamentos sobre utilidade e demonstravam quase que total desconhecimento de informações exaustivamente divulgadas. Eles eram nós em 2006. Cobrei que eles buscassem mais informação na internet. Então me toquei e perguntei: Vocês tem acesso a internet? A resposta foi um sonoro “as vezes”. Ele eram moradores de uma região socialmente excluída do DF. Certamente, sua intenção era boa mas o tempo livre de trabalho e escola, ficavam frente o monitor vendo vídeos.
A evolução do pensamento vem pela informação. A informação é o que gera conhecimento, e a partir dele desenvolvemos a sabedoria. A informação que eles tinham era muito reduzida. Mas como culpá-los? Será que a culpa não é nossa por fazermos vídeos cheios de giros e mortais e com ZERO informações úteis? Será que a culpa não é nossa por deixá-los de lado, excluídos novamente? Somos culpados por cercear o cuidado que nós deveríamos ter com essas pessoas! Por sermos infantis ao ponto de falar: Se ele “Eu não quero conhecer esse cara Mané! Ele nem entende o que é parkour!” Preconceito simples e grotesco!
É realmente muito duro nos colocar no lugar desses jovens que vivem na faixa de Gaza. Treinar num país em guerra, sendo reprimido pela sociedade, governantes, professores e policiais, tendo que se refugiar exatamente na área do inimigo. Eles são livres no parkour, não pelos seus giros, mas por sentirem vontade de evoluir. No caso deles, evoluir e sair de onde estão.
Só não pensem que não estamos ao lado de pessoas tão necessitadas quanto. Pessoas que vivem a miséria na frente de nossos olhos. Quando decidi começar esse projeto chamado Movimente junto com o Breno, não cogitei corretamente o tamanho da responsabilidade que temos. Se conseguirmos fazer com que um grupo ajude a fazer funcionar nosso sistema aqui, podemos realmente transformar nossa sociedade.
Com o Parkour, podemos revolucionar nossa cidade! Todos podemos!

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