sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Viradão Esportivo por água abaixo?

Bom, tenho boas e más notícias sobre o que rolou no Viradão Esportivo, realizado na Ceilândia (ao lado, a caixa d'água símbolo da cidade), evento no qual foi divulgado que participaríamos.
Vou começar pelas más...
Como todos os brasilienses sabem, estamos em um período de transição de governo. Esse é um período complicado para as finanças públicas, pois á um clima de “de prestação de contas” no ar. Assim qualquer negociação com o GDF passa a ser bem delicada, e as exigências aumentam. Pelo que averiguei no evento, foi isso que rolou! O esperado apoio do GDF ao evento promovido pela CUFA não veio, e o evento só pode ser realizado pelo apoio da Administração Regional da Ceilândia. Assim, não podemos conseguir as possíveis estruturas para treino. Antes que você pergunte: Mas por que não fez na rua mesmo, sem estrutura? Sim! Era possível, mas quando me refiro a estrutura falo de cobertura também, e como sabem, nessa época do ano temos chuvas sorrateiras e fortes em todo o DF. Na manhã do dia 14, ao nos encontrar para ir até o local do evento fazer a Oficina, nos deparamos com uma chuva forte. Como realizar uma oficina com iniciantes debaixo de chuva? Complicado! Logo, infelizmente, tivemos que abortar nossa missão do dia 14 de Novembro. Mas nem tudo está perdido...
Agora as boas notícias!
Ao averiguar os possíveis picos da Ceilândia, encontramos uma construção abandonada. Era um ginásio esportivo sem cobertura, que foi edificado em meados de 2004 com dinheiro da Caixa Econômica Federal. A obra foi embargada, pois a construtora não tinha meios de concluir a obra. O local passou a ser frequentado por moradores de rua, traficantes e usuários de drogas. Em 2008 o governo decidiu demolir o local, mas a população se organizou com as entidades não governamentais da cidade e impediu a demolição, reivindicando a conclusão dessa obra e do centro cultural da qual ela faria parte. O problema é que pouco foi feito, e até alguns dias o local se encontrava abandonado.
Como eu já havia me informado com Lucas Lopes da Parkour Essence, ele estava treinando no local há algum tempo, e pretendia começar uma “filial” do grupo ali. Em Sobradinho encontramos uma ruína muito semelhante, fruto do mesmo projeto de centro cultural e que teve o mesmo destino. Mas coincidentemente, quando fomos olhar o local, uma cerca estava sendo feita, falamos com um dos moradores de rua, que dizia ser de um movimento por moradia, e alegava residir ali, no lugar chamado de Castelo de GraySkull, durante 8 anos. Com há uma biblioteca pública ao lado, imaginei que a poderiam agregar a área ao seu domínio. Falei com um dos funcionários da biblioteca e descobri que estava certo! Segundo ele, aquele era o princípio da antiga promessa do centro cultural.
Peguei o contato do responsável na Administração Regional para procurá-lo depois. Ao comentar com o pessoal da CUFA durante o evento, acabei descobrindo que e esse senhor estava no Viradão. Assim pude falar com ele, que após ouvir sobre os projetos da Movimente, que me indicou, já que pessoas relacionadas ao nosso grupo estavam usando o local com uma atividade que resocializa o jovem, que enviássemos um oficio ao Administrador, assim como o pessoal do Karate havia feito. Isso facilitará nossa participação em um futuro projeto que revitalize ou construa um novo espaço, onde o parkour também seria contemplado.

Outra boa notícia é que, além desse espaço, encontramos a Praça do Cidadão, que tem potencial para treino de iniciantes. Além de ser segura, com seu posto policial, tem quadras esportivas e a presença intensiva dos serviços do governo, estando encravada bem no meio da periferia. Todas as informações foram passadas para Lucas Lopes, e agora estou propondo a PKEssence que inicie suas instruções nessa praça e envie o Oficio ao administrador imediatamente, com apoio da Movimente, e certamente se necessário, da ABPK. Essa é uma boa oportunidade de se aliar ao poder público para melhorar uma realidade tão dura quanto a que se conhece na Ceilândia.
Como nem todos sabem sobre essa “dura realidade” de que falo, nas próximas postagens irei falar sobre uma matéria a respeito do abandono desse local e da juventude. Estou certo que vocês entenderão o porquê que deveríamos fazer a diferença ali.

É isso aí! Com todos os problemas, creio que nosso saldo foi positivo!
Bons Treinos!

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